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Pioneiros do maior radiotelescópio do mundo reunidos em Lisboa
2019 maio 07

O radiotelescópio Australian Square Kilometre Array Pathfinder (ASKAP). Créditos: CSIROA emissão no rádio, da galáxia 3C31. Créditos: Volker Heesen and the LOFAR surveys team.
Especialistas de todo o mundo estão reunidos em Lisboa para apresentar e discutir projetos que poderão influenciar o desenvolvimento do próximo maior radiotelescópio do mundo. De 6 a 10 de maio, membros do grupo de trabalho SKA Pathfinder Radio Continuum Survey (SPARCS) juntam-se na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) para o encontro “SPARCS IX – Pathfinders get to work”, coorganizado pelo Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA1).

Este grupo de trabalho congrega projetos e infraestruturas que têm vindo a traçar o caminho para o futuro radiotelescópio Square Kilometre Array (SKA2), que ficará espalhado por dois continentes. Portugal é um dos países fundadores da organização intergovernamental que irá construir o SKA, o SKAO, fundada no passado dia 12 de março3.

O grupo SPARCS procura coordenar esforços e partilhar experiências para otimizar a exploração do Universo através de rastreios de áreas do céu em rádio frequências. O objetivo destes rastreios é compreender a formação e a evolução das galáxias ao longo da história do Universo e a sua relação com as grandes estruturas cósmicas, que são domínios de pesquisa ativa no IA. O IA participa há vários anos no desenvolvimento de vários desses rastreios.

“Este encontro, que reúne investigadores associados aos melhores radiotelescópios existentes, permitirá promover e consolidar a participação portuguesa em vários dos projetos percursores do SKA e no desenvolvimento do próprio SKA”, comenta José Afonso, coordenador do IA, investigador da FCUL e membro do Comité de Organização Científica deste encontro SPARCS IX.

Os precursores do SKA são radiotelescópios da próxima geração, ou atualizações de infraestruturas correntes, distribuídos por países como a Austrália, a África do Sul, os Países Baixos, o Reino Unido, os EUA, ou a Índia. Estão a testar e a implementar as tecnologias que irão permitir atingir as capacidades de rastreio inéditas de que se pretende dotar o SKA. Neste encontro em Lisboa, serão discutidos resultados científicos, na linha dos objetivos de pesquisa do SKA, assim como estudos sobre a validação dos dados, as metodologias de formação de imagem, ou a aplicação de inteligência artificial à análise dos dados em radioastronomia.

Rastreios do céu no rádio, com o futuro SKA, permitirão aos astrónomos catalogar mais rapidamente milhões de objetos, por exemplo núcleos de galáxias ativos na primeira idade do Universo, assim como detetar fenómenos súbitos e momentâneos que poderão ser posteriormente monitorizados por observações mais localizadas.


Notas
  1. O Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) é a maior unidade de investigação na área das Ciências do Espaço em Portugal, integrando investigadores da Universidade do Porto e da Universidade de Lisboa, e englobando a maioria da produção científica nacional na área. Foi avaliado como “Excelente” na última avaliação que a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) encomendou à European Science Foundation (ESF). A atividade do IA é financiada por fundos nacionais e internacionais, incluindo pela FCT/MCES (UID/FIS/04434/2019).
  2. O Square Kilometre Array é uma iniciativa internacional para construir o maior radiotelescópio do mundo. Não se trata de um único telescópio, mas de um conjunto de telescópios espalhados por uma grande área. Será construído na Austrália e na África do Sul, com expansões posteriores em ambos os países e noutros países africanos. O Square Kilometre Array Observatory (SKAO) é uma organização intergovernamental constituída, para já, pelos seguintes sete países membros fundadores: Austrália, África do Sul, China, Itália, Países Baixos, Portugal e Reino Unido.
  3. Ver comunicado de imprensa do IA de 12 de março de 2019, “Estão colocadas as fundações do maior radiotelescópio do mundo”.

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